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Vereador reclama de "cachorra fedorenta" e de músicas de Carnaval em Minas

do UOL

Daniel Leite

Colaboração para o UOL, em Juiz de Fora

01/03/2020 16h50Atualizada em 01/03/2020 18h32

Um vereador de Ressaquinha (MG) não ficou contente com a organização do Carnaval da cidade de 4.800 habitantes, que fica a 150 km de Belo Horizonte. Na sessão da última segunda-feira (24), no mesmo dia da festa, Geraldo Sérgio Alvim (PP), conhecido como Dico Vargem Grande, se queixou de uma "cachorra fedorenta" que perambulava no meio da folia e da escolha das músicas que animaram a festa.

Para Dico, faltou tocar Ivete Sangalo e Alceu Valença na festa. Na fala ao colegas do Legislativo, ele disse que chegou a levar um pen drive para ser reproduzido nas ruas, mas não adiantou e, em tom irônico, sugeriu que no ano que em a prefeitura contrate uma "banda fúnebre".

"E para acabar de arrebentar 'nóis', apareceu uma cachorra lá fedorenta. Ô cachorra atentada, vai feder assim 'nos quintos dos inferno', afirmou ele aos outros oito vereadores presente na sessão, provocando risos.

Em seguida, disse que o dono da cadela apareceria se alguém agredisse o animal. "Deve ter dono. Se der um tapa, um chute, aparece o dono. A cachorra estava arrebentando o ambiente. Uma catinga desgraçada. Cidade bagunçada, cidade desorganizada".

O dono [do animal] será que tem um detergente para lavar aquela cachorra? Se é que ela tem que participar do carnaval. É direito do bicho participar, mas dá um banho nela
Vereador Dico Vargem Grande (PP-MG)

O vereador lembrou que estava acompanhado de mulheres "bonitas" e sentiu "vergonha". "Uma vergonha para nós. Eu estava lá, com uma moça bacana, linda, com umas moças bonitas. Aí, de repente, [ela] está tampando o nariz, [será que] alguém soltou um 'fedor leão' aqui? Foi ver, era uma cachorra. Vá pro inferno. Vá criar vergonha e aprender a organizar as coisas."

Em relação às músicas tocadas na festa, disse que "o operador de som não conhece marchinha de Carnaval nem Ivete Sangalo".

Procurado pelo UOL, o vereador afirmou que a "cachorra fedorenta" estava incomodando as pessoas na rua. "Diante dos foguetes, ela ficou agitada e estava com um mau cheiro que estava incomodando todos que estavam ali".

Mas, segundo ele, apesar do incômodo que provocou, a cadela não foi o motivo de a festa ter sido ruim. "De forma alguma. Até mesmo porque nós aqui da cidade já estamos acostumados com a presença de animais aqui durante as festas".

Sobre declaração de chutar a cadela para chamar a atenção do dono, Dico disse que ele pode ter se expressado mal e que não foi a intenção dele incitar agressão aos animais.

"O que eu quis dizer foi que, naquele momento, qualquer cidadão presente poderia acabar se irritando com a agressividade do animal e o mau cheiro e dar um chute ou algo do tipo. Também é direito do animal participar das festividades que acontecem no município."

A respeito da queixa quanto às músicas, ele afirma que foi uma reclamação de várias outras pessoas. "A organização poderia ter sido melhor, sim. Todas as pessoas estavam reclamando do tipo de música que estava sendo tocada naquele dia, pois era apresentação de uma banda onde não condiz com as músicas que sempre tocam em todos os Carnavais da nossa cidade, como, por exemplo, as marchinhas tradicionais".

De acordo com o vereador, ninguém da organização da festa o procurou ainda para falar a respeito das suas críticas na sessão da Câmara.

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