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Itamaraty espera Uruguai mais alinhado ao Brasil com novo presidente

A previsão é que Lacalle Pou faça uma visita oficial a Bolsonaro em Brasília até junho deste ano - Mariana Greif/Reuters
A previsão é que Lacalle Pou faça uma visita oficial a Bolsonaro em Brasília até junho deste ano Imagem: Mariana Greif/Reuters
do UOL

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

28/02/2020 12h33

O Itamaraty espera que o Uruguai seja o país sul-americano mais alinhado aos posicionamentos brasileiros após a posse do novo presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, marcada para este domingo (1º), apurou o UOL.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) irá a Montevidéu, capital do Uruguai, para prestigiar a posse de Lacalle Pou em um bate e volta. Lacalle Pou é um político de centro-direita e irá assumir um governo federal historicamente de esquerda, que se personalizou ao mundo na presidência de José Mujica.

Uma das expectativas do Itamaraty é que o Uruguai reconheça Juan Guaidó como o presidente interino da Venezuela, descongele políticas bilaterais com o Brasil - algumas em banho-maria desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT) - e apoie a reeleição de Luis Almagro à frente da OEA (Organização dos Estados Americanos).

Não é um alinhamento automático, mas uma aproximação que torne o Uruguai mais parceiro e confiável em futuras posições sobre temas regionais. Um fator a ser considerado é o histórico de independência das relações exteriores uruguaia.

O Itamaraty trabalha ainda com a possibilidade de o Uruguai se posicionar mais firmemente contra Nicolás Maduro na Bolívia e o Daniel Ortega na Nicarágua.

Para o secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, a posse de Pou tem forte simbolismo pela proximidade não só na agenda bilateral, mas também regional.

Entre os pontos a serem aprofundados pelos governos brasileiro e uruguaio estão segurança e prestação de serviços na fronteira, obras de infraestrutura, como pontes e linha de transmissão de energia elétrica entre os dois países, e cooperação em defesa.

No âmbito do Mercosul (Mercado Comum do Sul), a avaliação é de que a sintonia já estava muito boa e Lacalle Pou indicou querer avançar nas negociações em curso. Entre elas estão os acordos com a União Europeia e a Associação Europeia de Comércio, além da Tarifa Externa Comum.

Bolsonaro foi o primeiro mandatário estrangeiro a cumprimentar Lacalle Pou por telefone após a vitória nas eleições uruguaias. Comporão a comitiva do presidente brasileiro neste domingo o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Augusto Heleno, o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos-SP) e a presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), ministra Cristina Peduzzi.

A agenda de Bolsonaro em Montevidéu será composta de participação em sessão solene, cerimônia de transmissão de mandato, cerimônia de posse de ministros e evento para cumprimentos. Ele não deve participar de reuniões bilaterais.

Dentre os países latino-americanos confirmaram presença os presidentes de Chile, Colômbia e Paraguai. Costa Rica e Equador mandarão os vices. A Argentina não será representada pelo Alberto Fernández, devido a compromissos internos.

A Espanha, que já foi colonizadora do Uruguai, enviará à posse o Rei Felipe VI.

A previsão é que Lacalle Pou faça uma visita oficial a Bolsonaro em Brasília até junho deste ano.

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