STF determina que ministro da educação explique críticas feitas à UNE
A UNE recorreu ao STF em dezembro pedindo que o ministro prestasse esclarecimentos sobre as ofensas que fez nas redes sociais. "O senhor Abraham Weintraub tem assumido postura notadamente agressiva contra entidades estudantis brasileiras e, com isso, não raramente profere ataques pelas redes sociais", diz a entidade.
A representação da UNE diz ainda que o ministro iniciou "verdadeira batalha pessoal contra as entidades estudantis" por terem um posicionamento político e administrativo discordante. Entre as declarações citadas pela entidade estão falas como: "Desespero da UNE! Fim da mamata! Mas, tenham compaixão. Enviem sugestões para a UNE sair dessa (comuna adora grana/vida fácil). Segue a minha: ARTESANATO. Grupos de trabalho (experiência nova) fariam cachimbos de epóxi decorados (duendes, dragões). Mas não podem testar antes".
Na representação, a entidade apresenta uma série de publicações com ataques de Weintraub. "O cenário demonstra a evidente intenção [do ministro] em, a todo custo, prejudicar não somente a instituição estudantil, mas também estigmatizar uma parcela dos estudantes universitários ao associá-los ao consumo de drogas".
O ministro também criticou as entidades quando o MEC lançou a carteirinha estudantil digital. À época, ele disse que as carteirinhas emitidas pelas entidades eram sua única fonte de recursos e que, por serem muito fáceis de serem fraudadas, encareciam o preço da meia entrada.
"Por que algumas pessoas são contra a carteirinha digital? Porque a UNE ganha R$ 500 milhões por ano fazendo isso. A gente vai quebrar mais uma das máfias do Brasil, tirar R$ 500 milhões das mãos da tigrada da UNE", dizia uma das postagens do ministro.
Além de se referir à UNE como "uma das máfias" do País, o ministro também já usou o termo "tigrada" para falar sobre a entidade. "O que se pretende com a medida ora pleiteada é o esclarecimento do uso das expressões 'máfia' e 'tigrada', eis que possuem evidente sentido pejorativo".
Marca
A atuação de Weintraub no MEC tem sido marcada por declarações polêmicas que renderam ações judiciais e convocações do Congresso para explicar as acusações e críticas que tem disparado a diversas pessoas e entidades.
Na última delas, o ministro foi convocado pela Comissão de Educação da Câmara para explicar a acusação da existência de supostas "plantações extensivas de maconha" em universidades federais e disse que laboratórios universitários seriam usados na produção de drogas sintéticas. Os reitores também entraram com uma ação na Justiça para que Weintraub apresente provas que amparem suas acusações.