Autoridades do Japão criticam declarações de Ghosn: "Intolerável"
Autoridades japonesas criticaram a entrevista coletiva concedida pelo ex-CEO da Renault-Nissan, Carlos Ghosn, na manhã de hoje, após ter fugido do país para o Líbano. Após ele declarar ter sido "coagido" pela Justiça japonesa a confessar irregularidades, a ministra da Justiça do país, Masako Mori, tratou a fala como "intolerável".
"O tribunal libertou o réu Ghosn sob fiança porque ele prometeu cumprir as condições da fiança de que ele não deve se esconder, fugir ou viajar para o exterior, mas ele fugiu do Japão, e fugiu de seu julgamento criminal. Tal ação não seria tolerada pelo sistema de nenhuma nação. Além disso, ele tem propagado informações falsas no Japão e no mundo sobre o sistema jurídico e sua prática no Japão. Isso é absolutamente intolerável", afirmou a ministra por meio de nota.
Ela também disse que o governo japonês está investigando o caso e que "tomará todas as medidas disponíveis para que os procedimentos criminais possam ser atendidos adequadamente".
Em outra declaração, feita há três dias, a ministra já havia dito que nada justificava a fuga de Ghosn do país pois o sistema judicial japonês garante que os direitos humanos básicos sejam "devidamente empregados no procedimento".
Já o vice-promotor-chefe de Tóquio, Takahiro Saito, disse que as alegações de Ghosn "falharam em justificar seus atos". O ex-CEO "ignorou flagrantemente a lei japonesa para evitar as consequências dos crimes que cometeu", declarou Saito em comunicado.