Homem que recebeu tratamento inovador contra câncer morre após queda
O corpo deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte no último dia 11. Vamberto, um funcionário público aposentado, lutava contra um linfoma não Hodgkins desde 2017. Já havia passado por radioterapia, quimioterapia e chegou ao chamado estado terminal, submetido a cuidados paliativos, com aplicação de doses máximas de morfina.
O servidor aposentado chegou ao Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto em setembro deste ano. Vamberto passou por procedimento com utilização de células CAR T. O funcionário público aposentado foi o primeiro paciente na América Latina a ser tratado pelo método, que consiste na retirada de um tipo de linfócitos da categoria T (células de defesa), do sangue do paciente, modificá-los geneticamente em laboratório e recolocá-los no organismo, agora com capacidade para combater a doença.
Vamberto teve alta do hospital em outubro, sem sinais da doença. Na maior parte dos tipos de câncer, apenas depois de cinco anos sem a volta de célula doentes, é que se pode falar em cura total.
Segundo informações da Polícia Civil, somente depois do laudo do exame de necropsia será "possível saber se há ou não indícios de violência na morte de Vamberto Luiz de Castro". O corpo do funcionário público aposentado deu entrada no dia 11 de dezembro e foi liberado no mesmo dia. O laudo do exame deverá ficar pronto em 10 de janeiro. A reportagem não conseguiu contato com a família de Vamberto.
No Estados Unidos, conforme informações publicadas no Jornal da USP em outubro, a Food and Drug Administration (FDA), correlata da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil, liberou o tratamento ao qual Vamberto foi submetido em 2018.
No Brasil, o procedimento foi desenvolvimento por técnicas exclusivamente nacionais com apoio da USP, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Saúde, portanto, pode ser utilizado por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O principal problema, porém, pode ser o custo. A produção das células e todo o tratamento, nos Estados Unidos, chega a US$ 1 milhão, aproximadamente R$ 4 milhões.