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Governo busca explicação dos EUA; aço não foi discutido em visita de Guedes

Getty Images
Imagem: Getty Images
do UOL

Luciana Amaral e Hanrrikson de Andrade*

Do UOL, em Brasília

02/12/2019 15h32Atualizada em 02/12/2019 15h49

O governo brasileiro busca uma explicação junto à Casa Branca para retomar a taxação de importações de aço e alumínio do Brasil. A medida, que também afeta a Argentina, foi anunciada nesta segunda-feira (2) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, via Twitter, e pegou o governo brasileiro de surpresa.

Segundo apurou o UOL, a possibilidade não foi tratada com o ministro da Economia, Paulo Guedes, quando este esteve em Washington D.C., capital dos Estados Unidos, na semana passada, e foge do clima da visita.

Em nota, os Ministérios da Economia, Relações Exteriores e Agricultura disseram que o governo brasileiro já está em contato com autoridades norte-americanas sobre o assunto.

"O governo trabalhará para defender o interesse comercial brasileiro e assegurar a fluidez do comércio com os EUA, com vistas a ampliar o intercâmbio comercial e aprofundar o relacionamento bilateral, em benefício de ambos os países", informou a nota.

Uma autoridade do governo brasileiro em Washington, familiarizada com a reação ao anúncio de Trump em Brasília, disse que o governo brasileiro está em contato com o gabinete do representante comercial dos EUA e com outras agências do país para discutir o assunto.

Não foi confirmado se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) conversou com Donald Trump até o momento. Bolsonaro aventou a conversa em entrevista pela manhã, na portaria do Palácio da Alvorada.

"Vou falar com o Guedes hoje. Alumínio? Vou falar com o Paulo Guedes agora. Se for o caso, ligo pro Trump, eu tenho um canal aberto com ele. Converso com o Paulo Guedes e depois dou uma resposta, para não ter que recuar", disse.

Câmbio flutuante

Um dos pontos fundamentais nas conversas com os EUA é convencer que não há manipulação cambial no Brasil para que o real caia em relação ao dólar.

Desde 1999, o Brasil adota o sistema de câmbio flutuante, em que o dólar varia em relação ao real, e o Banco Central atua pontualmente em caso de fuga de capitais.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos, tem defendido que o real não tem apresentado um comportamento atípico em relação a moedas de outros países emergentes, e flutua de acordo com o mercado internacional e fatores geopolíticos, especialmente em referência ao freio causado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Em evento em São Paulo, o vice-presidente, general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), afirmou que a atitude é resultado de "tensão geopolítica que estamos vivendo, que gera protecionismo", e negou que o Brasil esteja desvalorizando artificialmente o real.

(Com informações da Reuters)

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