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Bolivia nomeia primeiro embaixador nos EUA em 11 anos

A chanceler interina da Bolívia Karen Longaric Rodriguez e Walter Oscar Serrate, nomeado embaixador do país em Washington - Reprodução
A chanceler interina da Bolívia Karen Longaric Rodriguez e Walter Oscar Serrate, nomeado embaixador do país em Washington Imagem: Reprodução

La Paz (Bolívia)

26/11/2019 21h25

O governo interino da Bolívia anunciou hoje a nomeação de um embaixador do país nos Estados Unidos pela primeira vez em 11 anos, desde que o anterior foi expulso por Washington após um conflito diplomático durante o governo de Evo Morales.

Walter Oscar Serrate foi nomeado embaixador da Bolívia em Washington pela presidente interina Jeanine Áñez, uma mudança radical na política externa do país em relação aos quase 14 anos de governo de Morales, que renunciou à presidência no dia 10 deste mês, após ser pressionado pelos militares.

O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia publicou hoje, no Twitter, uma foto da chanceler interina, Karen Longaric, ao lado de Serrate. Em mensagem, o órgão destaca que o novo "embaixador extraordinário com representação plenipotenciária" foi representante permanente do país na ONU.

Fontes do ministério informaram à Agência Efe que não está previsto nenhum pronunciamento detalhado sobre a nomeação, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado.

Bolívia e Estados Unidos romperam relações em nível de embaixadores em 2008, quando o governo de Evo Morales expulsou o representante americano, Philip Goldberg, sob a acusação de suposta conspiração, o que foi negado por Washington.

O governo de George W. Bush respondeu na mesma moeda, expulsando o embaixador boliviano, Gustavo Guzmán. Após esse incidente, ambos os país só mantiveram relações em nível de encarregados de Negócios.

Em 2011, sob o governo de Barack Obama, Bolívia e EUA assinaram um acordo de respeito mútuo pelo qual estabeleciam passos para a restituição das relações, o que deveria ser concluído com a reposição dos embaixadores.

Apesar daquela tentativa, o governo de Morales criticou diversas vezes os EUA por suposta intromissão em assuntos internos em questões como o tráfico de drogas e a democracia.

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