Expansão no 2º trimestre foi puxada por indústria e serviços; agro encolhe
Resumo da notícia
- Alta no PIB foi puxada por indústria e serviços, que cresceram 0,7% e 0,3%, respectivamente
- Na contramão, agropecuária encolheu 0,4% em relação ao 1º trimestre
- Em relação a 2018, agropecuária cresceu 0,4%, puxada por algodão e milho
- Na comparação com 2018, indústria cresceu 0,3% e serviços, 1,2%
O crescimento de 0,4% da economia brasileira no segundo trimestre, em relação ao primeiro trimestre, foi puxado principalmente pelo desempenho da indústria e dos serviços, que cresceram 0,7% e 0,3%, respectivamente. Na contramão, a agropecuária encolheu 0,4% na comparação com os três primeiros meses do ano.
Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado da indústria foi influenciado pela expansão das indústrias de transformação (2%) e pela construção (1,9%). A indústria extrativa teve um tombo de 3,8%. "Juntas, as indústrias de transformação e construção respondem por cerca de 70% do setor", afirmou a gerente de Contas Nacionais do IBGE, Claudia Dionísio.
Nos serviços, os resultados positivos foram das atividades imobiliárias (0,7%), comércio (0,7%), informação e comunicação (0,5%) e outras atividades (0,4%).
Alta na comparação com 2018
Na comparação com o 2º trimestre de 2018, o PIB teve alta de 1% . Nessa comparação, a agropecuária cresceu 0,4%, puxada pelas lavouras de algodão e milho, que tiveram crescimento na estimativa de produção anual de 32,5% e 21,4%, respectivamente.
A indústria teve expansão de 0,3%, principalmente graças à atividade de eletricidade e gás, água e esgoto, com o efeito das bandeiras tarifárias. A construção cresceu 2%, primeiro resultado positivo após 20 trimestres seguidos de queda nessa base de comparação. As indústrias de transformação cresceram (1,6%). Por outro lado, a indústria extrativa (-9,4%) teve sua queda mais acentuada na série histórica.
Os serviços cresceram 1,2%, com destaque para os serviços de informação e comunicação (3%) e atividades imobiliárias (2,7%). O comércio atacadista e varejista (2,1%) também cresceu.
Economia continua patinando
Neste ano, segundo previsões do governo e do mercado, a economia deve crescer apenas 0,8%. O valor é bem inferior às projeções do começo do ano, quando Jair Bolsonaro chegou ao poder, de um crescimento de 2,5%.
Apesar do avanço da agenda de reformas e da queda na taxa básica de juros (Selic), a economia continua patinando e não há sinais de uma recuperação no médio prazo.
Saque do FGTS e do PIS pode ajudar
Diante da lentidão da recuperação econômica, medidas que acelerem o ritmo do PIB -e aliviem a situação de quase 13 milhões de desempregados- começam a ganhar espaço no debate. O próprio governo federal adotou uma delas ao anunciar, no mês passado, a liberação do saque de R$ 500 das contas do FGTS.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que espera "alguma aceleração" no ritmo de crescimento reforçada pela liberação de recursos do FGTS e de cotas do PIS/Pasep.
O que entra na conta do PIB?
O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.
(Com agências de notícias)