Bolsonaristas pressionam para RedeTV tirar jornalista de programa
O programa "Opinião no Ar" estreou na semana passada na RedeTV e até o momento vai mal no ibope. Muito mal, Escapou por muito pouco de ser um traço de audiência na primeira semana.
No entanto, nas redes sociais o programa matinal comandado por Luís Ernesto Lacombe está causando alvoroço entre os "bolsonaristas".
Não por seu conteúdo ou seus convidados, mas por causa da participação da única jornalista que destoa das teses "conservadoras": Amanda Klein.
O vice-presidente da RedeTV, Marcelo de Carvalho, está sendo bombardeado por "conservadores" e pressionado a tirar a jornalista do "Opinião no Ar".
A "bolha" direitista usa os adjetivos de sempre quando ataca jornalistas.
Amanda é acusada de ser "esquerdopata", "mal-educada" e a responsabilizam pela baixíssima audiência da atração.
Para Lacombe, também bolsonarista, só elogios.
"Ela quer derrubar o programa. Marcelo (de Carvalho), se você quer que o programa dê certo, tire essa Amanda urgente", postou uma seguidora apoiadora de Jair Bolsonaro.
"Nada a ver com o Lacombe. Ninguém aguenta é a Amanda Klein e sua falta de educação", comentou outra "conservadora".
"Não aguento a Amanda Klein no seu programa. Além de feia, é esquerdista", vituperou outra tuiteira (aparentemente, pela foto do próprio perfil, sem "espelho em casa").
"Entenda, mulherzinha insuportável, o programa é do Lacombe", bradou outra.
Lobby nas redes
Além de ataques e ofensas públicas nas redes sociais, os(as) bolsonaristas decidiram fazer uma campanha nos perfis oficiais de Carvalho e da RedeTV exigindo que Klein seja sacada da atração imediatamente.
Em comum, quase todos os perfis que estão "pedindo a cabeça" da jornalista se definem como "conservadores", de "direita", cidadãs (ãos) de bem" e/ou "cristãos" (ãs) etc.
Até aqui, um fiasco
Até o momento o "Opinião no Ar" mal chegou a meio ponto de média no ibope na Grande São Paulo, segundo dados da Kantar Media, obtidos pela coluna.
Na última sexta-feira chegou a certa altura a registrar 0,2 ponto, perdendo inclusive naquele momento para Gazeta, Cultura, Rede Vida e TV Aparecida.
Programas de TV que ficam abaixo de 0,5 ponto são considerados "traço de ibope".
Cada ponto em São Paulo —principal praça do mercado da publicidade— equivale a cerca de 73,5 mil domicílios sintonizados.
"Eu assisti ao primeiro programa e só volto à assistir quando essa Amanda sair. Lacombe não merece uma companhia dessa", escreveu outro bolsonarista no Twitter.
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