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Na TV, católicos tentam se livrar de escândalo em obra bilionária

Padre Robson de Oliveira é investigado por lavagem de dinheiro em Goiás - Reprodução/Facebook/Padre Robson de Oliveira
Padre Robson de Oliveira é investigado por lavagem de dinheiro em Goiás Imagem: Reprodução/Facebook/Padre Robson de Oliveira
do UOL

Colunista do UOL

01/09/2020 00h09

Líderes católicos, dirigentes da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e o canal de TV Rede Vida se uniram em uma campanha para tentar recuperar a imagem da Igreja Católica e das obras para a construção da basílica de Trindade, em Goiás.

No último dia 21 o padre Robson de Oliveira Pereira, que comandava a Afipe e a obra, foi afastado sob suspeita de envolvimento em um esquema de desvio bilionário.

Informações até o momento do Ministério Público de Goiás falam em mais de R$ 120 milhões desviados (e o valor pode ser ainda maior).

Uma juíza diz que o padre usava laranjas para ocultar o desvio de dinheiro de fiéis.

O padre alega inocência, mas teve de se afastar da Afipe. Ele também foi afastado de todas as suas funções religiosas e até pela direção da Rede Vida, onde rezava diariamente o terço do Sagrado Coração de Jesus, às 6h.

O escândalo tomou proporções bíblicas nas redes sociais, e, após mais de 10 dias, as lideranças católicas estão iniciando uma campanha para tentar recuperar a imagem da instituição.

No horário do terço que era rezado por padre Robson (e agora tem padre Lúcio), a Rede Vida também passou a exibir um vídeo com as ações sociais da igreja.

Também fala da importância da construção da basílica de Trindade —cujo orçamento previsto pelo padre Robson começou em R$ 100 milhões, mas agora já passava de R$ 1 bilhão.

O projeto prevê um prédio farônico de quase 100 metros de altura.

O temor é que os fiéis simplesmente parem de continuar com as doações que permitirão a construção da obra de ambições megalômanas: prevê abrigar o maior sino suspenso do mundo.

O sino está sendo forjado há dois anos na Cracóvia e estima-se que só ele custará mais de US$ 1,5 milhão.

No ventilador

Um comete o pecado, todos pagam por seu erro: o escândalo envolvendo padre Robson respingou em toda a comunidade católica nas redes sociais —entre fiéis e, principalmente, entre não fiéis.

Boa parte das postagens "laicas" nos últimos dias iguala católicos agora aos envolvidos em escândalos e suspeitas financeiras nos últimos anos —quase sempre ligadas a igrejas e lideranças evangélicas.

Algo do tipo: "são farinha do mesmo saco". Os católicos querem mostrar que não.

A coluna apurou que nos últimos dias padres estão sendo orientados por suas dioceses a defender "corajosamente" a igreja nos sermões.

A ideia é mostrar que, mesmo que tudo seja verdade, foi um caso pontual e raro na instituição,

Depois do padre Robson, porém, tudo vai ser mais difícil.

Ricardo Feltrin no Twitter, Facebook, Instagram e site Ooops

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