Debbie Harry, do Blondie, diz: "Fui criticada por toda a minha carreira"
Debbie Harry, vocalista da banda Blondie, lançou em outubro sua autobiografia "Face It" (em português, Encare Isso). Em entrevista para a revista Rolling Stone americana, ela comentou alguns temas abordados no livro, como ter sido criticada durante toda sua carreira, ter levado heroína para o então namorado Chris Stein em um hospital e considerar "Blondie" uma personagem que interpretava.
Líder da banda há 45 anos, ela disse não se abalar com as críticas ao livro: "Eu estou em uma banda de rock [ risos ]. Fui criticado por toda a minha carreira, que é bastante longa".
Para a publicação, ela analisou a visão dos fãs sobre considerar Blondie como uma personagem andrógena.
"Eu acho que eles podem ter percebido, mas sem saber exatamente o que os fascinava ou o que os atraía. Eu acho que a sexualidade neste momento é praticamente uma declaração aberta do que você é. Eu costumava me vestir como um garoto pequeno em Blondie, mas de certa forma isso parecia fofo, sabia? E então, em outros momentos, eu estava exibindo o que quer que fosse - o que eu podia exibir. Então. eu acho que passei por estágios e, de certa forma, "Blondie" era um personagem para mim, mas também um personagem usando-me como base", disse a líder da banda.
Em uma de suas histórias, ela conta que levou heroína para seu então namorado Chris Stein, guitarrista do Blondie, quando estava internado por causa de uma grave doença de pele.
"Eu sentia como se estivesse tendo um colapso nervoso na maioria das vezes. Estávamos sob pressão do IRS e toda a nossa situação comercial estava implodindo. Estávamos muito, muito estressados, e acho que isso agravou a doença de Chris. Não sei se levar heroína para ele era a coisa mais inteligente a se fazer, mas foi o que fiz e foi assim que conseguimos. E posso dizer agora que houve um tempo em que senti que as drogas eram muito divertidas, mas no final não foi tão divertido".
Debbie ainda fez uma avaliação sobre sua vida. "Sinto que fiz muitas coisas realmente interessantes e tenho muita sorte de fazer música. A vida de ninguém é perfeita e, por mais que pareça que a vida de outra pessoa seja perfeita do lado de fora, sempre há alguma porcaria para lidar do lado de dentro. Então, eu não sei, tive ótimos momentos e tive alguma confusão. Continuei de alguma forma e não sei se isso é por teimosia ou estupidez. Sabe, a vida de alguém é feliz ou triste? É impossível. Acho que ainda não acabou. Sinto vontade de dizer a todos: "Ainda não estou morta! Ainda não está morta!'".